Quanto Vale a Sua Empresa? - Por Luiz Goes


Esta é uma pergunta recorrente junto a empresários, especialmente na atualidade com a onda de fusões e aquisições que assistimos no país e no mundo, especialmente, de empresas tidas como pertencentes à economia tradicional já que as startups, em sua grande maioria, já nascem com uma definição um pouco mais clara quanto ao seu valor de mercado.

Arrisco a dizer que na grande maioria dos casos a resposta é precedida por um grande silêncio e na sequência vem a frase que se inicia com “acho que vale X dinheiros”. O provável silêncio indica que boa parte dos empresários nunca se preocupou com este tema, seja porque nunca imaginaram ser vendidos ou porque nunca acharam que este seria um assunto relevante. Da mesma forma o achismo que ronda a resposta indica que além da baixa relevância as empresas não sabem como calcular o seu valor de maneira mais racional e distante dos arroubos emocionais de seus fundadores que tendem simplesmente a imaginar valores.

O que se verifica hoje em dia, principalmente quando existem tantos investidores no mercado em busca de boas oportunidades de negócio considerando as taxas de remuneração pagas pelas instituições financeiras, é que muitas empresas são repentinamente acessadas por estes investidores prontos para compra-las mas precisam sabe qual o valor da transferência a ser realizada . Existem investidores que buscam empresas com determinado nível de faturamento e com faixas de resultado bastante claras e nem sempre estão disponíveis a aguardar que alguém faça as contas corretas para dizer se uma empresa é ou não alvo. Querem rapidamente ter esta resposta.

O valor da empresa também pode ser necessário para a entrada ou saída de sócios ou mesmo em disputas judiciais. Por outro lado, pode ser interessante para que os acionistas tenham domínio sobre as reais formas de agregar valor ao negócio e desta maneira permitir a tomada de decisões estratégicas, uma vez que, independentemente do método utilizado para a valoração, todos os números de receitas, despesas, tributos e investimentos precisam ser abertos ficando, portanto, sujeitos a avaliação criteriosa e detalhada expondo problemas e oportunidades.

Quando se pensa em empresas de maior porte e que pretendem partir para a abertura de capital através da oferta de ações na Bolsa, o valor é absolutamente fundamental e a partir daí passa a ser alterado diariamente ou mesmo a cada hora, ao sabor da percepção dos investidores.

E como se calcula o valor da empresa?

Existem algumas formas diferentes de calcular o valor de uma empresa e esta não é a nossa preocupação neste artigo. Os métodos mais utilizados são: fluxo de caixa descontado, múltiplos de mercado ou valor patrimonial, sendo cada um deles mais ou menos aplicável a determinados tipos de negócios e atividades. Além destes podem ainda ser citados: método de liquidação de ativos, método do capital de risco ou ainda a avaliação por opções reais.

Todos os métodos exigem que os controles financeiros contábeis e gerenciais da empresa estejam perfeitamente atualizados e reflitam com perfeição a realidade, caso contrário, antes de partir para o cálculo do valor da empresa será necessário colocar ordem na casa sob a ótica da gestão financeira. Não é possível pensar-se em calcular o valor de uma empresa que não possua os seus números apurados e sob controle, no mínimo, anualmente,  através de um DRE - Demonstrativo de Resultados do Exercício, que preferencialmente deve ser mantido atualizado a cada mês.

Muitas empresas têm por hábito manter atualizado o seu valor de mercado como ferramenta de gestão financeira e que permite, como dito acima, avaliar se as decisões tomadas em um determinado espaço de tempo impactaram positiva ou negativamente o capital associado à empresa.

Independentemente do método utilizado, é importante ressaltar que a avaliação da empresa deve considerar tantos os seus ativos e passivos operacionais, tais como máquinas e equipamentos, instalações, frota e centros de distribuição como os seus ativos intangíveis que são suas marcas, os projetos que desenvolveu, seu potencial de crescimento e seu conhecimento de mercado. Isto tudo somado gera o valor da operação como um todo e a este devem ser ainda acrescidos os ativos e passivos não operacionais como aplicações financeiras, contingências fiscais e trabalhistas e imóveis não operacionais. Finalmente após todas estas considerações chega-se ao valor final da empresa.

Como se apresentar ao mercado?

Em geral, quando uma empresa pretende ser oferecida ao mercado para buscar um investidor parcial ou para a venda integral, dois são os elementos básicos através dos quais ela se apresenta: o Infobook  e o cálculo de seu valor

O Infobook, como o próprio nome diz, reúne informações sobre a empresa e que não conseguem ser transmitidas exclusivamente através de seus números financeiros. O Infobook deve conter informações sobre o mercado de atuação da empresa, suas aquisições e atuações ao longo de sua história, seus projetos, suas marcas, suas instalações físicas, seus equipamentos mais relevantes, além de suas patentes sobre produtos ou processos industriais, quando for o caso. Adicionalmente é importante trazer informações setoriais e de mercado que endossem as projeções de crescimento consideradas no cálculo do valor.

Antigamente e, principalmente, no caso de empresas de grande porte o que se tinha era o chamado Data Room, ou seja, uma sala física com todas estas informações, fortemente guardadas e com acesso controlado aos poucos interessados em conhecer melhor o negócio. Uma montanha de papel à disposição de quem pretendesse esmiuçar a empresa.

Hoje em dia, existem Data Rooms virtuais também fortemente protegidos e com acessos controlados mediante a assinatura de termos de confidencialidade detalhados. Em geral, estes processos virtuais estão vinculados a empresas de maior porte, mas não impede que outras de menor tamanho também disponibilizem assim suas informações.

Uma vez demonstrado o interesse e acertado o valor da transação ainda de forma mais geral, parte-se para a auditoria dos números apresentados pela empresa através do que usualmente se chama de Due Dilligence que vai mergulhar em registros fiscais e tributários, avaliar notas fiscais de recebimentos, pagamentos feitos a fornecedores, passivos trabalhistas ou tributários, enfim um pente fino na saúde financeira da empresa, para então partir para a valoração e consequente precificação da empresa como um todo ou em partes.

Inicia-se assim o processo de investimento ou compra, por exemplo, e que pode se arrastar por muito tempo até que a transferência do valor seja realizada e vá parar nos bolsos de proprietários ou mesmo para a empresa que passa a ter mais sócios.

Este artigo pretendeu de forma muito simplificada e rápida abordar um tema muito complexo que é o de valoração e comercialização de empresas, reforçando a necessidade dos empresários em manter-se atualizados e tecnicamente suportados por profissionais e estruturas capacitadas.

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