Seguros no novo mundo! O que fazer? - Por Arthur Pontvianne
Todos nós sabemos que seguro é uma ferramenta, secular, que transfere o risco, que um bem está exposto, para a indústria de seguros, isso com ou sem pandemia.
Você pode até pensar: “Bem, mas estes “riscos” só meu vizinho está exposto!” Mas você deve lembrar-se que: se o apartamento do vizinho, debaixo do seu, pegar fogo, o seu, pelo menos, vai esfumaçar todo. Esta é a mais velha parábola que se escuta! Ou ainda: não estou sujeito a este risco... isto não acontece... se acontecer será com meu vizinho. (ninguém imaginava que as duas torres gêmeas do WTC poderiam colapsar!)
Seguro é o “investimento” que fazemos para não usarmos!
Mas, e o que devo fazer? Como saber se estou fazendo o correto?
1- Verifique anualmente: lembre-se sempre que seguro é uma ferramenta de proteção de seu patrimônio que, normalmente, você levou anos para conquistar, portanto, verifique anualmente a contratação de seus seguros;
2- Analise os valores: seguro tem como premissa: a reintegração do patrimônio ou coisa segurada, de maneira a recompor, exatamente, da forma que se encontrava antes do sinistro. De forma que é importantíssimo você, na época da contratação de seus seguros, apurar o preço de reposição do bem. A seguradora não vai indenizar a ponto de você ter lucro com o sinistro. A seguradora vai repor o bem. Isto implica a dizer que o valor do terreno, por exemplo, não deve estar embutido no valor segurado, nem o valor comercial do bem deve estar incorporado ao valor do bem.
3- Observe a vizinhança também: conheça os seus riscos, pesquise as alternativas, avalie o custo benefício, levando em conta, não só o seu risco, mas o histórico deste tipo de risco. Por exemplo: seu comércio está estabelecido em uma região onde, no verão, não há como trabalhar sem ar condicionado. Você reformou toda a parte elétrica de seu negócio, mas seu vizinho sequer faz manutenção preventiva, o risco dele influencia o seu.
O Brasil acaba de criar leis que protegem as informações e dados de todo e qualquer cidadão. Os riscos cibernéticos aumentaram tremendamente. Este é um seguro muito importante atualmente, pois com a nova forma operacional dos escritórios (home office) os sistemas ficam mais vulneráveis, além de que, com a nova lei de proteção de dados e informações eletrônicas, sua exposição cresceu consideravelmente.
Não se esqueça de rever as verbas contratadas para o seguro de Responsabilidade Civil dos gestores de sua empresa, o D&O, pois o novo normal pode provocar questionamentos, por parte dos acionistas ou controladores, o que expõe seus gestores.
Gosto de pensar que o corretor de seguros é o profissional que conhece os labirintos da indústria de seguros, mas não podemos esquecer que todos devemos nos atualizar constantemente, inclusive o corretor de seguros.
Se por alguma questão você tenha a intenção de trocar de corretor de seguros, minha sugestão é que isso se faça no fim da vigência de seu programa de seguros. E o mais importante, fique atento a questões muito importantes, como não provocar lapso de cobertura e nem deixar sua empresa exposta ao diminuir coberturas de seguros.
Por essas e outras razões tão importantes e delicadas, a escolha do novo profissional deve ser antes do final da vigência de seu programa. Tal escolha deve ser feita, preferencialmente, por meio de uma concorrência, em que cada um dos corretores já tenha sua seguradora ou seguradoras nomeadas. Tal medida evita que haja dois pedidos de cotação para o mesmo risco, na mesma seguradora, pois além de demonstrar falta de conhecimento da matéria por parte do cliente, as seguradoras apresentarão sempre o custo maior, visto que elas não podem apresentar preços diferentes para um mesmo risco.
O seu objetivo é melhorar a performance de seguros da sua empresa, que o mercado seja acessado de maneira ampla e profissional, que os corretores demonstrem seus conhecimentos e o conhecimento das suas exposições a risco, que demonstrem estarem somando e se integrando ao seu time que faz a gestão de seus riscos, só assim eles serão céleres no atendimento de suas demandas.
Os seguros de pessoas, costumam impactar muito em suas despesas, e você não tem controle direto sobre os reajustes. Além de que as empresas sabem o quanto mexer com os benefícios de seus funcionários impacta na produtividade, satisfação pessoal, comprometimento de seus funcionários. Existem corretores que tem mais expertise neste segmento do que nos ramos de incêndio, roubo, responsabilidade civil, etc. Não é incomum a empresa ter um corretor para os ramos elementares e outro para benefícios. Hoje em dia existem corretoras ou prestadoras de serviços que se utilizam de ferramentas de inteligência artificial que monitora e acompanha, em tempo real, a utilização do seguro saúde, o que permite a empresa gerenciar com mais rapidez e assertividade a real necessidade deste ou daquele exame, deste ou daquele procedimento. Isto desonera o plano de seguro saúde e com isso a negociação, na época dos reajustes são melhor estruturadas, viabilizando descontos ou retenção de custos para a sua empresa.
Bem estes são alguns aspectos do que pode ser feito, por sua empresa, para mitigar os custos com seguros.
Voltaremos a falar sobre o tema SEGUROS em breve.